terça-feira, novembro 29

Também pelas calçadas paulistanas…


 Não era de não se esperar. Mas, mesmo sabendo da realidade de São Paulo, ver situações extremas é sempre incomodo. Sabia que morando na maior cidade da America do Sul  iria assistir cenas que não gostaria, mas realmente vê-las é deprimente. Poderia falar das calçadas por outro ponto, o do total descaso com o passeio público, no entanto, apesar das mesmas calçadas o descaso é outro.

Numa esquina ou no meio da quadra, em poucos metros me deparei com crianças pedindo, mães nas sinaleiras, andarilhos, catadores de papelão...A vida dura e crua ali na minha frente me causou um certo estranhamento. Queria poder fazer alguma coisa, auxiliar de alguma forma. Caminhei alguns metros refletindo, navegando nos meus pensamentos quando vi um homem dormindo no meio da calçada.

Ali deitado, sobre papelão e alguns pertences, ele dormia tranquilamente no meio do trânsito frenético de São Paulo. Esticado, como quem buscava renovar energias, não conseguia mais do que alguns poucos olhares dos pedestres. A maioria passava obsorta, sem enxergar por querer, ou porque também navegavam em pensamentos. Alguns quase passavam por cima, outros desviavam. Eu também passei ao lado. Olhei, pensei, quase parei, mas também segui.

Segui pedindo a Deus para que cuidasse e emitisse a ele energias positivas e bons fluídos. Rezei e continue meu caminho, porque sinceramente não sabia como e o que fazer. Mas a imagem do homem jogado ali na calçada dormindo ao relento não saiu da minha cabeça. Não foi a primeira vez que vi, não foi. Com certeza não será a última. Mas depois dali a música do Joca Martins não me saiu da cabeça, bem como o desejo de ganhar super poderes e poder mudar esta dura e triste realidade das calçadas.

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