O valor da vida

Se alguém lhe perguntar quanto vale a vida, com certeza você vai dizer que não é mensurável, certo?  Estar vivo é mais do que um presente de Deus é uma dádiva nos dias de hoje, onde a vida não vale mais nada. Não, eu não estou ficando louca nem muito menos mudei minhas convicções, me refiro ao valor da vida da porta para fora dos nossos lares, que é o local onde nos sentimos mais seguros. (Mas nem tanto).

A vida deixou de valer. De ter peso. Depois de ter visto a notícia de que um homem beirando aos 60 anos foi espancado por um grupo de pessoas até a morte eu cheguei à conclusão de que a vida deixou realmente de valer. Aposentado, ele ainda trabalhava como motorista de ônibus em São Paulo. Voltava da última viagem do dia quando passou mal na direção e acabou batendo o veículo em carros e motos parados em uma rua. O grupo, que participava de um baile funk em uma praça próximo ao local, espancou o pobre homem até a morte. E pasmem: usando pedras, paus e itens do próprio ônibus como o extintor

Fiquei horrorizada, abismada. Mas este é um dos muitos casos que acontecem, quase por minuto, nos dias de hoje. São brigas de trânsito, aluno matando aluno, matando professor, gente se estapeando nas filas, nas ruas, nas casas, nos bares. O que aconteceu? Onde foi parar nosso amor ao próximo, o diálogo, o respeito? Famílias são dilaceradas a facadas, a tiros, a pauladas, a pedradas, a tapas. E nós ficamos apenas rezando para que não sejamos nós os próximos?

Impunidade ou loucura? O que acontece? Porque ainda configuram estas violências? Será que são estes os exemplos que estamos emitindo em casa? As crianças refletem na escola o que assistem no seu dia-a-dia? Ao que são estimuladas pelos responsáveis? E os jovens? Falta de limites?

Perguntas me atordoam no momento em que olho para o lado e vejo que tenho um filho de quase um ano. O que será do futuro dele? Como vai estar este mundo? Queremos tanto um mundo melhor para os nossos, que às vezes esquecemos de que é exatamente isso que precisamos, ou seja, educar bem os nossos, para que eles façam o mundo dos outros melhor de se viver.