quarta-feira, outubro 3

Um peso na alma....

O poder de uma propaganda e o efeito dela sob nós muitas vezes é incalculável... Há alguns dias entrou no ar uma de uma Universidade aqui de São Paulo que eu não canso de achar a minha cara... ou bem parecida. Narra a situação de uma enfermeira formada que sonhou tanto com o diploma e com o futuro profissional, e no fim, acaba com o diploma esquecido em algum canto... Tô quase lá.

Ok. Desde que entrei na universidade atuo na área, e lá se vão 11 anos, mas não é apenas o fato de trabalhar que me refiro e sim aos sonhos e desejos que tinha, assim como a enfermeira, e que não consegui realizar... que não aconteceram. Um pouco de ilusão talvez, aquele pretensiosismo juvenil de achar que vai mudar o mundo, ser um grande profissional, reconhecido, admirado. E ai as coisas vão mudando o curso da vida e você vai levando conforme dá...

Já cansei de dizer que nunca sonhei em ser jornalista, não entrei na universidade pelo jornalismo e sim por fotografia, mas no entanto depois de alguns meses na faculdade já começaram meus sonhos de chegar lá... Mas o que é chegar lá mesmo? Eu acho que nunca cheguei, apesar dos 11 anos de experiência. Talvez tenha deixado de estar nos lugares certos, de andar nos luagres certos. Ou talvez tenha seguido mais o coração do que a razão, tenha deixado de sonhar e correr atrás das minhas coisas, daqueles meus...aqueles...os..enfim, desejos.

Toda vez que passa a propaganda na TV fico pensando...refletindo. Como seria minha história, diferente? Me sinto tão fraca por não ter conseguido nem alcançar quando menos superar minhas expectativas profissionais....Sonhava em ser um diferencial, pontual. Mas estou, em verdade, lá no final da pirâmide invertida... aquela parte que pode ser cortada em qualquer momento, sabe?

Se a melhor ferramenta de alguém é saber se vender, eu sinceramente estou perdida. Não sei me vender, aliás pelo contrário...

Fico olhando para o meu diploma, carinhosamente enquadrado pelo meu pai, e me pergunto: onde foi que eu me perdi?

Na vitrola: "A fumaça cinza das fábricas Me dá um peso na alma É como se eu tivesse carregando Cem toneladas de desilusões..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário